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‘Tolerância zero’, diz Alckmin sobre prisão de 12 PMs por envolvimento com tráfico

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‘Tolerância zero’, diz Alckmin sobre prisão de 12 PMs por envolvimento com tráfico

 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), afirmou nesta quinta-feira (16) que haverá “tolerância zero” no caso dos 12 policiais militares de São Paulo que foram presos por suspeita de envolvimento com o tráfico de drogas na capital paulista. A prisão dos agentes ocorreu no dia 9, mas só foi divulgada nesta semana após publicação no Diário da Justiça Militar.

“Policial que muda de lado, que tem o dever de cumprir a lei e proteger a população, e faz parte do crime, é tolerância zero”, declarou Alckmin durante evento em Itaquecetuba ao ser questionado pelo G1 sobre a prisão dos policiais. “Já estão presos e vão ser expulsos da polícia. Um trabalho importante da corregedoria [da PM]”, completou o governador.

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Os agentes detidos são de um mesmo batalhão da Zona Sul de São Paulo. Eles estão presos preventivamente no presídio Romão Gomes, da Polícia Militar (PM), na Zona Norte da capital. O advogado dos suspeitos afirmou na terça-feira (14) ao G1 que os agentes são inocentes até que se prove o contrário.

Dois desses policiais, que são soldados, já estavam detidos temporariamente desde o dia 30 de janeiro após terem sido pegos em flagrante pela Corregedoria da PM transportando drogas dentro de uma viatura. Eles estavam com duas malas cheias de entorpecentes, conforme a reportagem publicou no início deste mês.

Com a prisão desses dois agentes e informações obtidas a partir de ligações telefônicas interceptadas com autorização judicial, ocorreram mais dez prisões de policiais, além do cumprimento de mandados de busca e apreensão contra eles.

Os dois soldados detidos tiveram a prisão temporária convertida em preventiva e os demais já foram presos preventivamente, ou seja, até um eventual julgamento.

Segundo a Ouvidoria da Polícia, os 12 policiais presos são de um mesmo pelotão da 3ª Companhia do 50º Batalhão da PM, que fica na região do Grajaú. Além de soldados, cabos e um sargento estão detidos. Suas armas foram apreendidas. “É lamentável que policiais fardados que deveriam combater o crime se juntem à bandidagem durante seu trabalho”, disse o ouvidor Julio Cesar Neves.

Procurado para comentar o assunto, o advogado João Carlos Campanini, que disse defender os agentes presos, afirmou ao G1 que só teve acesso ao processo da prisão dos policiais pegos com drogas, e que ainda precisaria saber o teor exato das acusações contra os demais para poder se pronunciar.

“A defesa acredita que essa droga foi forjada na viatura deles”, disse Campanini sobre o fato de a Corregedoria ter encontrado 980 pedras de crack, 880 porções de maconha e 2.645 invólucros plásticos com cocaína no carro policial onde os dois soldados estavam. “Quanto aos outros dez policiais, só vou me manifestar após me inteirar exatamente do que eles estão sendo acusados”, completou o advogado.

Crimes

De acordo com a Justiça Militar, além do envolvimento com o tráfico de drogas, os policiais militares são investigados por suspeita de terem cometido crimes de corrupção passiva, concussão, extorsão mediante sequestro e peculato durante o horário de serviço.

“Valendo-se de suas funções, recebem e exigem vantagens financeiras de traficantes locais para não atuarem nos pontos de vendas de drogas, deixando de adotar medidas de caráter policial para a repressão dos crimes dessa natureza”, informa em sua decisão o juiz Ronaldo João Roth.

Ainda de acordo com a Justiça, a prisão preventiva dos 12 policiais foi decretada para garantir a ordem pública, “diante da periculosidade dos acusados, para segurança da aplicação da lei penal militar” e “manutenção e princípios da hierarquia e disciplina”.

Segundo a investigação da Corregedoria da corporação, os dois policiais presos com drogas na viatura iriam vendê-las a um traficante.

Uma testemunha protegida confirmou a participação dos policiais com a organização criminosa. Na decisão judicial, que decretou a prisão deles, consta a informação de que os agentes conheciam os dados dos traficantes, inclusive endereços, chegando até a sequestrar um criminoso e seus parentes durante a apuração do caso.

Testemunhas contaram ainda que temem ser mortas como “queima de arquivo”. Um policial teria ameaçado duas testemunhas que estavam num carro, atirando cinco vezes contra uma delas e intimidando outra para retirar a acusação contra ele.

“Nota-se que além da periculosidade, o envolvimento dos denunciados na prática de delitos tão graves, que se valem de suas funções para acobertar a prática de tráfico de drogas, além de prestar informações privilegiadas da atuação policial, fere os princípios de hierarquia e disciplina militares”, escreveu o magistrado.

 Fonte:G1

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