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O assustador vírus incurável que está dizimando criações de porco na China

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Os preços de carne suína no mercado global podem aumentar drasticamente conforme a febre suína africana se espalha pela criação destes animais na China, onde está metade da população mundial de porcos.

As pandemias globais que causam impacto nos suprimentos de comida são especialmente assustadoras.

A mais recente ameaça vem da febre suína africana, um vírus altamente contagioso, sem cura conhecida, e com uma taxa de sobrevivência quase nula para os porcos infectados.

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A boa notícia é que a doença (ainda) não é prejudicial à saúde humana. A má notícia é que isso provavelmente trará um prejuízo para o seu bolso.

O epicentro da atual crise é a China, maior produtora e consumidora de carne suína do mundo. O país é responsável por mais da metade da população global de porcos.

A China está lutando para conter a doença, que se espalhou para todas as partes do país desde agosto do ano passado.

Epidemia pode dizimar cerca de 200 milhões de porcos

Após meses afirmando que a situação estava sob controle, Pequim agora alerta que os preços da carne suína na China poderão subir mais de 70% no segundo semestre deste ano.

Isso, por sua vez, teria um impacto negativo sobre a economia chinesa, uma vez que os preços da carne suína contribuem de forma importante para seus níveis de inflação.

Dados oficiais divulgados na semana passada reforçam a gravidade da situação. O Departamento Nacional de Estatística diz que a população de porcos do país caiu em quase 40 milhões, para 375,3 milhões, em relação ao ano anterior, devido ao surto de febre suína.

No entanto, alguns analistas acreditam que a China tem subestimado a situação, em parte porque os criadores locais estariam ocultando informações sobre os surtos.

Olhando para o futuro, a epidemia poderia dizimar cerca de 200 milhões de porcos na China, de acordo com um relatório sombrio do banco holandês Rabobank.

A previsão é de que a produção de suínos da China cairá 30% neste ano, gerando implicações para os mercados globais de commodities.

“Para dar um contexto, o declínio atual na China é quase o mesmo da quantidade total de carne suína produzida na União Europeia”, diz o estrategista global do Rabobank, Justin Sherrard.

Guerra comercial entre China e EUA

Ele afirma que a China não será capaz de importar porcos suficientes para compensar o déficit. “Não acreditamos que haja proteína animal suficiente disponível no mundo para compensar a diferença. E, assim, isso afetará outros mercados, nos quais os preços aumentarão”, diz Sherrard.

“De certa forma, a escassez em uma região poderia ser uma boa notícia para uma outra região. Mas a magnitude da situação é tal que isso vai ser prejudicial para outros mercados. Não é uma situação simples em que você pode dizer ‘com certeza que eles podem apenas importar para compensar a diferença’.”

A China está, no entanto, tentando aumentar as importações de carne suína de outro grande produtor – os Estados Unidos – para compensar a menor oferta interna. Há apenas um problema: a guerra comercial travada pelo presidente americano, Donald Trump.

As exportações de carne suína dos Estados Unidos para a China enfrentam tarifas de 62%, devido à contínua disputa entre os dois países.

A tarifa normal é de 12%, mas uma tarifa adicional de 50% foi imposta no ano passado devido à briga, tornando a carne suína americana significativamente mais cara para os consumidores chineses.

Sherrard diz que as tensões comerciais atuais são uma “complicação indesejável”, mas prevê que a escassez de carne suína pode acelerar a celebração de um acordo acelerado entre os dois lados.

“No fim, haverá algum tipo de resolução temporária, ou talvez permanente, na disputa comercial para conseguir que a carne de porco e outras proteínas animais fluam dos Estados para a China”, diz ele.

“Na verdade, há relatos de grandes volumes de carne suína dos Estados Unidos sendo embarcados para a China, a despeito dessas tarifas estarem em vigor.”

Mas, até que a epidemia de peste suína africana seja controlada, há pouco para comemorar.

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