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Israel retoma bombardeios contra Gaza após fracasso de cessar-fogo

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Ataque aéreo foi dirigido contra a cidade de Khan Yunes. Israel aceitou trégua, mas braço armado do Hamas a rejeitou.

A aviação israelense retomou na tarde desta terça-feira (15) – horário local, manhã no horário de Brasília – os bombardeios contra a Faixa de Gaza, após uma trégua de seis horas, rejeitada pelo braço armado do movimento palestino Hamas, que controla o território, constatou a AFP.

Uma série de bombardeios caiu sobre o território palestino. Segundo os serviços de resgate em Gaza, ao menos dez pessoas ficaram feridas.

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Um ataque aéreo foi dirigido contra a cidade de Khan Yines, no sul do enclave, e outro contra o bairro de Zeitun, no leste da cidade de Gaza.

“Em resposta aos contínuos ataques com foguetes do Hamas, o Exército começou a atacar de novo alvos terroristas em toda a Faixa. Entre os 30 alvos atacados, havia 20 plataformas de lançamento de foguetes ocultas (subterrâneas), túneis terroristas, um estoque de armas e uma instalação operacional”, diz o último comunicado do Exército.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, já havia advertido que o exército ampliaria as operações na Faixa de Gaza se o Hamas rejeitasse a trégua proposta pelo Egito e prosseguir com os lançamentos de foguetes.

“Se o Hamas não aceitar a proposta egípcia, como é o caso atualmente, Israel terá toda a legitimidade internacional para ampliar suas operações militares com o objetivo de restabelecer a calma”, disse Netanyahu durante um encontro com o ministro alemão das Relações Exteriores, Frank-Walter Steinmeier, em Tel Aviv.

 

CONFLITO EM GAZA
Combates são os mais graves desde 2012

O braço armado do Hamas, as brigadas al-Qassam, rejeitou o texto do acordo. “Nossa batalha contra os inimigos continua e irá crescer em ferocidade e intensidade”, afirmou o grupo.

Mas Moussa Abu Marzoukm, alto oficial do Hamas que foi ao Cairo, disse que o movimento ainda negociava uma decisão. Entretanto, não houve nenhum anúncio oficial do grupo sobre o cessar-fogo, e os ataques por parte dos palestinos continuaram.

Segundo a polícia, um foguete lançado a partir do território palestino e reivindicado pelo braço armado do Hamas atingiu a cidade israelense de Ashdod nesta terça-feira. Este foi o primeiro projétil a atingir uma área habitada desde que Israel aceitou a proposta de trégua.

De acordo com dados do exército israelense, pelo menos 35 projéteis foram lançados em várias séries de ataques contra o território israelense das 9h locais (3h de Brasília) até quatro horas depois.

Algumas horas antes, o gabinete de segurança israelense, presidido por Netanyahu, aceitou a proposta egípcia, depois de uma semana de bombardeios em Gaza que deixaram quase 200 mortos e 1.300 feridos, em sua maioria civis.

“Respondemos à proposta egípcia para propiciar uma oportunidade de tentar desmilitarização da Faixa de Gaza”, disse Netanyahu, que destacou a necessidade de limpar o território palestino de “mísseis, foguetes e túneis de contrabando”.

O secretário de Estado americano, John Kerry, também apelou ao Hamas que aceitasse a proposta egípcia de cessar-fogo com Israel na Faixa de Gaza.

“A proposta egípcia de cessar-fogo e negociações oferece a oportunidade de acabar com a violência e restabelecer a calma”, disse Kerry. “Saudamos a decisão do governo israelense de aceitar a proposta. Apelamos a todas as demais partes a aceitar a proposta”, completou.

Ele também criticou a rejeição de parte do Hamas. “Não posso condenar com mais dureza as ações do Hamas, que dispara mísseis contra o esforço e a boa vontade de se conseguir o cessar-fogo para o qual trabalham o Egito e Israel juntos.”

Fechamento de fronteira
Tambpem nesta terça, o Hamas anunciou que fechou seu ponto de controle fronteiriço com Israel, o que impede qualquer entrada ou saída do enclave palestino. A passagem fica a 2 km do terminal fronteiriço israelense de Erez.

“A fronteira foi fechada devido aos incessantes bombardeios de Israel”, explicou um funcionário do Hamas. “Precisamos de uma garantia internacional de que Israel não bombardeará a passagem fronteiriça”, exigiu outro funcionário do Hamas.

O setor de Erez, no sul de Israel, já foi alvo da aviação israelense anteriormente, mas não nas últimas 48 horas.

Este terminal está aberto apenas aos palestinos autorizados a ir a Israel – em sua maioria pacientes que seguem um tratamento médico, diplomatas, ativistas humanitários e jornalistas.

Abbas no Cairo
O presidente palestino, Mahmud Abbas, convocou as duas partes a um cessar-fogo. Está previsto que o presidente viaje à Turquia, um aliado do Hamas, e depois ao Egito para abordar a situação de Gaza, segundo fontes palestinas.

O primeiro-ministro islamita conservador turco, Recep Tayyip Erdogan, acusou Israel de ter cometido terrorismo de Estado e de realizar um massacre entre a população civil.

O chefe da diplomacia alemã, Frank-Walter Steinmeier, iniciou nesta terça-feira uma breve visita a Israel e à Cisjordânia, onde se reunirá com Abbas. A ministra italiana das Relações Exteriores, Federica Mogherini, também chegou a Israel nesta terça-feira.

Segundo um último balanço, os bombardeios israelenses contra Gaza deixaram 192 mortos e cerca de 1.300 feridos.

A Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) lamentou a destruição maciça de casas na Faixa de Gaza.

Desde o início das hostilidades, cerca de 840 foguetes atingiram Israel, deixando quatro feridos em estado grave, e 200 foram interceptados pela defesa antiaérea, segundo o exército israelense.

Escalada de violência
A mais recente escalada de tensão e violência entre israelenses e palestinos começou com o desaparecimento de três adolescentes israelenses no dia 12 de junho na Cisjordânia. Eles foram sequestrados quando pediam carona perto de Gush Etzion, um bloco de colônias situado entre as cidades palestinas de Belém e Hebron (sul da Cisjordânia) para ir a Jerusalém.

O governo israelense acusou o movimento islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, do sequestro. O Hamas não confirmou nem negou envolvimento. Israel deslocou um grande contingente militar para a área da Cisjordânia, principalmente na cidade de Hebron e arredores. Dezenas de membros do Hamas foram detidos, e foguetes foram disparados da Faixa de Gaza contra Israel.

Os corpos dos três jovens foram encontrados em 30 de junho, com marcas de tiros. Analistas sustentam que eles foram assassinados na noite de seu desaparecimento.

A localização dos corpos aumentou a tensão, com Israel respondendo aos disparos feitos por Gaza. No dia seguinte, 1º de julho, um adolescente palestino foi sequestrado e morto em Jerusalém Oriental. A autópsia indicou posteriormente que ele foi queimado vivo.

Israel prendeu seis judeus extremistas pelo assassinato do garoto palestino, e três dos detidos confessaram o crime. Isso reforçou as suspeitas de que a morte teve motivação política e gerou uma onda de revolta e protestos em Gaza.

No dia 8 de julho, após um intenso bombardeio com foguetes contra o sul de Israel por parte de ativistas palestinos, a aviação israelense iniciou dezenas de ataques aéreos contra a Faixa de Gaza. A operação, chamada “cerca de proteção”, tem como objetivo atacar o Hamas e reduzir o número de foguetes lançados contra Israel, segundo um porta-voz israelense.

Os militantes de Gaza responderam aos ataques, disparando foguetes contra Tel Aviv. Por enquanto, só houve registro de mortes entre os palestinos – o sistema antimísseis israelense interceptou boa parte dos disparos lançados contra seu território.

Os combates são os mais sérios entre Israel e os militantes de Gaza desde a ofensiva de seis dias em 2012.

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Fonte: G1

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