spot_img
spot_img

Ex-skinhead é condenado a 20 anos por esquartejar e congelar corpo de tia em geladeira em 2015

Atualizado há

- Publicidade -

Júri popular ocorreu na terça (23) em São Paulo. Promotora Claudia Mac Dowell informou que irá recorrer à Justiça por uma pena de prisão maior. Ela esperava uma condenação de 30 anos.

A Justiça de São Paulo condenou nesta terça-feira (23) o ex-skinhead Guilherme Lozano Oliveira a pena de 20 anos e 1 mês de prisão por matar, esquartejar e congelar o corpo da tia em 2015.

- Publicidade -

A professora Kely Cristina de Oliveira tinha 44 anos quando foi asfixiada pelo sobrinho no apartamento onde os dois moravam na Zona Norte da capital. Ele confessou que deu um golpe de jiu-jitsu (chamado de ‘mata-leão’) nela após uma discussão, pois a mulher estaria agressiva. Guilherme, porém, alegou que não teve a intenção de matá-la, mas sim de contê-la.

O réu, atualmente com 26 anos de idade, foi condenado em júri popular a 18 anos pelo assassinato e a 2 anos e 1 mês pela ocultação do cadáver. O julgamento ocorreu no Fórum Criminal da Barra Funda, Zona Oeste. A sentença foi anunciada pela juíza Fernanda Salvador Veiga, da 2ª Vara Criminal.

Ele já estava preso preventivamente desde o ano que cometeu o crime. O G1 não conseguiu localizar a defesa de Guilherme para comentar o assunto. Cabe recurso da decisão.

A promotora Claudia Mac Dowell, do 2º Tribunal do Júri, informou à reportagem que irá recorrer à Justiça por uma pena maior para o ex-skinhead. Ela disse que “esperava a pena máxima de 30 anos para o réu”.

Vídeos inéditos do caso, obtidos pelo G1, mostram o que o acusado havia dito à Justiça quando foi decretada sua prisão preventiva e durante o seu interrogatório (veja acima).

Vídeos inéditos

Nas imagens gravadas pela Justiça em 2015, Guilherme alega que não teve a intenção de matar a tia, mas sim de imobilizá-la após discutir com ela.

Segundo o réu, Kely estava alterada e o agrediu com um tapa no rosto. Na sua versão, ele conta ainda que deu a chave de braço na tia, mas a mulher não resistiu, perdeu os sentidos e morreu asfixiada.

“Eu fui para cozinha preparar um café pra eu tomar, e ela continuou resmungando, batendo as coisas, batendo porta. E eu acabei discutindo com ela. E ela veio partir para cima de mim para me agredir. E na intenção de contê-la eu enfiei um golpe de jiu-jitsu, uma chave de braço nela, e ela acabou desmaiando, mas ela não voltou mais”, falou Guilherme à Justiça quando foi ouvido na audiência de instrução do caso.

O sobrinho agressor e a tia vítima moravam juntos no apartamento dela, na Rua Acapuzinho, na Vila Medeiros, Zona Norte da capital.

Acusação

Segundo a acusação feita pelo Ministério Público (MP), o motivo do crime teria sido uma discussão por conta da sujeira feita pela cachorra dele no imóvel.

Em outras ocasiões, os advogados de Guilherme entendiam que ele cometeu um crime culposo (sem intenção de matar) e não doloso (intencional). Homicídios culposos são julgados diretamente por um juiz e homicídios dolosos são julgados por sete jurados, cabendo a decisão da maioria deles para condenar ou absolver o réu.

Guilherme foi acusado de asfixiar Kely, cortar seu corpo com uma faca de cozinha e depois o esconder por quase dois meses no congelador. Os pedaços foram colocados numa mala e em sacos plásticos, que acabaram guardados dentro de uma geladeira. O aparelho acabou retirado da cozinha e foi acomodado num dos quartos.

Tia morta em 2015

O corpo de Kely só foi descoberto depois que o irmão dela, que é pai do ex-skinhead, desconfiou do envolvimento do filho no desaparecimento da irmã, que ficou sumida por mais de um mês.

No dia 5 de agosto de 2015, o aposentado Marco Antônio Oliveira, acionou a Polícia Militar (PM) e apontou para Guilherme na rua. O jovem ainda tentou fugir de carro, mas bateu o veículo num poste e foi detido na esquina da Avenida Júlio Buono com a Rua Major Dantas Cortez. Em seguida, a viatura policial colidiu na traseira do automóvel do ex-skinhead.

No carro de Guilherme havia um adesivo com uma cruz, que, segundo a polícia, é um símbolo usado por grupos neonazistas para representar a suástica. Isso seria um disfarce já que fazer apologia ao nazismo é crime.

A polícia informou que ele integrava um grupo skinhead. Lutador de boxe e jiu-jitsu, Guilherme tinha poucos amigos. Seu corpo tem diversas tatuagens alusivas aos movimentos punk e skinhead. Inicialmente ele foi punk, mas depois se tornou skinhead. Atualmente ele alega ter deixado o movimento.

Ainda de acordo com a PM, Guilherme confessou que ele e a tia discutiram e por isso a esganou. Em seguida, segundo a PM, ele contou que cortou o corpo dela.

Defesa do réu

Ainda em 2015 em entrevista ao Fantástico, da TV Globo, Guilherme declarou que se sentia um “lixo” após matar e esquartejar a tia em São Paulo. Ele alegou, porém, que a morte de Kely foi acidental.

“Ela sofria de bipolaridade. Tinha uma mudança de humor muito repentina. A gente começou uma discussão. Ela veio com a intenção de uma agressão e para tentar contê-la, eu dei um golpe de jiu-jitsu nela, chamado ‘mata leão’, para tentar acalmá-la, na intenção de desmaiá-la mas…”, contou Guilherme à época.

Punk morto em 2011

A morte da tia de Guilherme não foi o primeiro assassinato atribuído ao réu. Ele já havia sido condenado pelo assassinato de um punk, morto a facadas em 2011, também em São Paulo. Na época em que era skinhead, foi acusado de esfaquear e matar Johni Raoni Falcão Galanciak, então com 25 anos. Ele negou esse crime.

Guilherme foi acusado de integrar um grupo neonazista que pregava a discriminação e intolerância a gays, negros, judeus e nordestinos. De acordo com a denúncia feita pelo Ministério Público, ele esfaqueou Johni e fugiu após matá-lo.

briga entre skinheads e punks ocorreu na Rua Cardeal Arco Verde, em frente ao Carioca Club, em Pinheiros, Zona Oeste. A confusão entre os grupos rivais correu antes da apresentação da banda de punk rock inglês Cock Sparrer.

Ainda naquela ocasião, outro skinhead ficou ferido no confronto. Câmeras de segurança gravaram o conflito e ajudaram na identificação dos envolvidos na confusão.

Em novembro de 2014, Guilherme foi condenado pela Justiça a 15 anos de prisão em regime fechado pela morte do punk. Como respondia ao processo em liberdade, ele não foi para a prisão, podendo recorrer solto da sentença. Mas atualmente a Justiça decidiu que ele tem de permanecer detido para cumprir essa pena.

Fonte: G1

Comentar

Comentar

spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img
spot_img

Mais do LPM

spot_img
Custom App
Phone
Messenger
Email
WhatsApp
Messenger
WhatsApp
Phone
Email
Custom App
%d blogueiros gostam disto: