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Esquema de tráfico internacional de crianças é descoberto em hospital

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Uma investigação da Polícia Civil mineira revelou um esquema de tráfico internacional de crianças no hospital do município de Contagem (MG): registros de conversas e áudios do WhatsApp mostram que a organização criminosa negociava recém-nascidos por valores que chegavam a R$30 mil.

O caso foi descoberto na última terça-feira (8), quando a Polícia Militar prendeu uma mãe que negociava a filha com quatro pessoas de um grupo chamado Barriga de Aluguel. Os integrantes aguardavam o nascimento da criança no saguão da Maternidade do Hospital de Contagem, na Grande Belo Horizonte.

Segundo o delegado regional de Contagem, Christiano Augusto Xavier, a organização tinha membros em países como Itália e Estados Unidos.

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“As investigações aprofundaram muito. Além de análises em celulares, foram feitas entrevistas e interrogatórios. Verificamos que existe uma organização criminosa com envolvimento de pessoas da Itália e Estados Unidos, que usam grupos de WhatsApp e Facebook, por onde as crianças eram vendidas e compradas livremente. Inclusive, em alguns ‘barriga de aluguel’ – como são chamados os grupos – falam em valores de R$30 mil para a negociação dos bebês,” explicou o delegado.

Dois casais foram detidos no hospital de Contagem e apresentados à imprensa nesta terça-feira (13), são eles: Lilian da Conceição, de 32 anos, Carlos Alberto Silva, de 62 anos, Lediane Cruz da Conceição, de 33 anos, e Adriano Teixeira Fraga, de 39 anos.

Os acusados são do Rio de Janeiro e foram presos por formação de quadrilha

Grupos de “desapego”

Segundo o delegado, há indícios de que Lilian da Conceição pode ser uma das mentoras da organização.

“A Lilian, a princípio, é  que articula todas as negociações. No Facebook ela participa de dezenas de grupos de doações voluntárias, barriga de aluguel e desapego”, explicou Christiano.

Adriano e Lediane contaram à Polícia Civil que estavam no município de Contagem com a promessa, feita por Lilian, de que se o bebê fosse um menino, eles poderiam comprar. Mas, se fosse menina, que a criança ficaria com Lilian e passaria a outra família.

Lilian, no entanto, alegou que apenas queria adotar a criança e participava dos grupos sem ambição de participar da venda criminosa.

A Polícia Civil mineira desconfia da versão de Lilian, pois a mulher tem seis filhos, sendo três que não são registrados pelo atual marido, Carlos Alberto Silva, e outras três, que foram registrados pelo homem, mas com outra mulher.

Outro fato que trouxe desconfiança ao delegado, são as baixas condições financeiras do casal.

Mãe se arrependeu

Durante cerca de três meses, a mãe e a suspeita Lilia teriam conversado sobre a entrega do bebê, sendo que Lilia chegou a depositar aproximadamente  R$ 800 para a jovem utilizar com despesas médicas e alimentação da gestante. A negociação teria sido feita por meio do aplicativo WhatsApp.

Contudo, quando a criança nasceu, a mãe se arrependeu da entrega. Segundo a jovem de 24 anos, ela não pretendia vender o filho, e sim entregá-lo para a adoção.

“Quando trouxeram ele para eu amamentar, eu desisti de entregar meu filho e tive medo deles, então procurei a assistente social do hospital e contei tudo”.

A equipe do hospital acionou as Polícias Civil e Militar, que realizaram a proteção da mãe e a prisão dos suspeitos.

Tática para registro ilegal

Para conseguir registrar os bebês ilegalmente, a quadrilha orientava as mães, segundo a Polícia Civil, a rasgar as fichas que são emitidas na maternidade quando a gestante dá luz à criança.

“Elas chegavam ao cartório e diziam que o filho nasceu dentro da própria casa, durante a madrugada, e que não foi possível chamar um médico. E aí as outras pessoas da quadrilha chegavam como testemunha para lavrar o registro da certidão de nascimento”, conta o delegado.

Tráfico de órgãos

A Polícia Civil também não descarta, durante o desenrolar das investigações, que a quadrilha também esteja envolvida com tráfico de órgãos. Mas, conforme Christiano Xavier, não há provas reais que possam embasar a denúncia. O delegado também não descartou encontrar crianças que já foram negociadas.

Fonte:Dol

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